Pressão de custos sobre a indústria
Economia

Pressão de custos sobre a indústria


A crise financeira internacional deflagrou uma situação de paralisia da produção da indústria de transformação brasileira. Desde então, o setor alterna entre movimentos de expansão e contração, mas numa clara tendência horizontal.

Um dos motivos que ajuda a entender esse cenário é o forte aumento dos custos (sobretudo os relacionados à mão de obra). O gráfico abaixo mostra que, enquanto a produtividade da indústria (compreendida pela razão entre a produção e o número de horas trabalhadas) encontra-se estável desde junho de 2008, a folha de pagamento real, ou seja, o conjunto de despesas necessárias para sustentar o quadro de funcionários (já descontando a inflação) cresceu fortemente ao longo do período considerado.

Produtividade (razão entre produção industrial e o número de horas trabalhadas) e folha de pagamento real
(Número-índice: jan/03 = 100, com ajuste sazonal) 


Convém lembrar que não há ineficiência do ponto de vista econômico quando os salários crescem, contanto que acompanhados por ganhos de produtividade. Quando isso não ocorre (caso da indústria nacional), o efeito resultante de uma maior expansão da demanda em comparação com a oferta é, apenas, uma elevação dos preços.

As soluções para minimizar esse problema envolvem a adoção de políticas de ganhos salariais mais realistas, assim como a simplificação e diminuição do ônus no que tange à contratação e demissão de trabalhadores. Outros gargalos, além dos relacionados ao trabalho, precisam ser atacados, como: (i) elevada carga tributária; (ii) complexidade da legislação tributária; (iii) insegurança jurídica; (iv) infraestrutura precária; (v) burocracia; (vi) baixa qualificação da mão de obra; (vii) ausência de acordos comerciais bilaterais, entre outros.

Fontes:
Produção industrial: número-índice: jan/03 =100. Série com ajuste sazonal. Fonte: IBGE.
Horas trabalhadas: número-índice: jan/03 = 100. Série com ajuste sazonal. Fonte: CNI.
Folha de pagamento real: número-índice: jan/03=100. Série com ajuste sazonal. Fonte: IBGE.



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