Política monetária e estabilidade financeira
Economia

Política monetária e estabilidade financeira


Enquanto se aguarda com expectativa o anúncio do pacote de medidas do programa de ajustamento, sugiro a leitura do artigo de Isabel Marques Gameiro, Carla Soares e João Sousa publicado no Boletim de Primavera do Banco de Portugal, no qual se aborda a relação entre política monetária e estabilidade financeira.

Como os autores referem, a crise internacional de 2008-2009 veio tornar evidente que a estabilidade monetária não constitui, por si só, um garante da estabilidade financeira e, por outro lado, salientar a importância dos factores financeiros na dinâmica macroeconómica e na transmissão dos efeitos da política monetária, obrigando a um repensar da relação entre política monetária e estabilidade financeira.

Uma primeira linha de debate presente neste artigo consiste em saber se, e como, a política monetária poderá ou deverá adoptar como objectivo indicadores de natureza financeira, apresentando os autores três perspectivas alternativas: i) a consideração explicita dos preços de activos financeiros na função objectivo da política monetária, ii) uma abordagem de "negligência benevolente" que caracterizou a actuação da Reserva Federal ou iii) a abordagem de "leaning against the wind" segundo a qual a política monetária deve ser usada para conter ou contrariar a acumulação de desequilíbrios financeiros excessivos, descrevendo os argumentos pró e contra cada uma destas estratégias e, nomeadamente, a dificuldade em estabelecer um critério claro para determinar situações em que existe (ou não) um desequilíbrio no preço dos activos e em discriminar quais os que poderão (ou não) gerar perturbações macroeconómicas graves.

Neste artigo discute-se, ainda, as implicações da instabilidade financeira para o mecanismo de transmissão da política monetária e a implementação da política monetária em condições de funcionamento "anormal" dos mercados financeiros, designadamente do mercado monetário interbancário, nas quais o banco central é "forçado" a actuar como credor de última instância e evitar o risco de contágio do sistema financeiro.

Finalmente, o artigo discute papel da política macro-prudencial que vise, através da utilização de instrumentos como: almofadas de capital contracíclicas ou a fixação de rácios (mínimos) entre o valor dos empréstimos e o valor da garantia no crédito hipotecário, limitar a acumulação de fragilidades e riscos sistémicos do sistema financeiro e que podem ser uma alternativa, ou um complemento, à consideração da evolução dos preços dos activos na condução da política monetária.



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