Perspectivas para a economia portuguesa
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Perspectivas para a economia portuguesa


O Boletim Económico de Inverno do Banco de Portugal (publicado no passado dia 12 mas a que só agora pude dar a devida atenção) aponta para um crescimento anémico do PIB de 0,7% em 2010 e 1,4% em 2011. Este crescimento anémico tem consequência em termos de emprego que depois de uma contração de cerca de 2,8% em 2009, segundo o Banco de Portugal deverá cair em 2010 1,3% em 2010 e registar uma recuperação muito ligeira (apenas 0,4%) em 2011.

De referir ainda que de acordo com estas previsões a recuperação deverá assentar na procura interna sendo o contributo das exportações líquidas de 0,4% em 2010 e -0,1% em 2011. Consequentemente, o défice da balança de bens e serviços deverá aumentar ligeiramente fixando-se em -6,8% do PIB em 2010 e -7,0% em 2011 e registar-se um novo agravamento substancial da balança corrente e de capital associada à subida das taxas de juro que o Banco de Portugal prevê que venha a verificar-se a partir de meados do corrente ano, o que a confirmar-se agravará fortemente a balança de rendimentos cujo défice o Banco de Portugal prevê que possa vir a atingir 6% do PIB em 2011.

Para além das dúvidas quanto à sustentabilidade de manutenção destes níveis de desequilíbrio externo que não permitem excluir a possibilidade de uma quebra brusca das condições de financiamento da economia portuguesa com consequências bastante adversas sobre o produto e o emprego estes dados revelam que a economia portuguesa se encontra numa situação muito pouco confortável. Pois se, por um lado, a recuperação da economia portuguesa depende da recuperação da economia mundial e, em particular da recuperação do crescimento económico na União Europeia, por outro lado, essa mesma recuperação tenderá a estar associada a uma subida das taxas de juro para níveis mais "normais" com o consequente aumento dos encargos relacionados com o serviço da dívida (a nossa posição de investimento internacional que pode ser vista como uma medida do nosso endividamento líquido face ao exterior situava-se em Setembro em cerca de -108,5% do PIB). Uma subida das taxas de juro traduzir-se-á, nomeadamente, numa redução do rendimento disponível dos consumidores e num aumento dos encargos com a dívida pública tornando ainda mais dificil o indispensável ajustamento orçamental.



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