No mês de junho, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) havia publicado a estimativa de investimentos para o período 2011-2014. Segundo o BNDES, a Formação Bruta de Capital Fixo, que representa os investimentos em máquinas e equipamentos, construções e outros elementos tangíveis, seguirá trajetória crescente enquanto participação no PIB, passando dos 18,4% obtidos em 2010 até atingir 22,8%, em 2014 (ver Gráfico 1 a seguir). A elevação da taxa de investimento, como se sabe, é o elemento fundamental para aumentar o potencial de crescimento da economia brasileira e assegurar o crescimento sustentável nos próximos anos, sem maiores pressões sobre os preços ou nas transações com o exterior.
Gráfico 1: Projeção da taxa de investimento ( Formação Bruta de Capital Fixo/ PIB).Fonte: BNDES. Extraído de BNDE. Visão de desenvolvimento, nº 95. 20 de junho de 2011.Os investimentos totais entre 2011 e 2014 na economia brasileira alcançariam o montante de R$ 3,3 trilhões, dos quais cerca de R$ 1 trilhão destinam-se ao setor industrial, R$ 400 bilhões para infraestrutura, com destaque para os investimentos no segmento de energia elétrica, e R$ 1,9 trilhão nos demais setores (ver tabela).O setor de petróleo e gás realizaria investimentos da ordem de R$ 378 bilhões, no período 2011-2014, que representariam 11,3% do total da economia brasileira e 36,1% dos investimentos do setor industrial. Apenas para comparar, o segundo segmento industrial em valor de investimento, a indústria extrativa mineral, alcançaria R$ 72 bilhões, cerca cinco vezes menos, e os investimentos somados da siderurgia com a indústria automobilística também montariam cinco vezes menos.Fonte: BNDES. Extraído e adaptado de BNDE. Visão de desenvolvimento, nº 95. 20 de junho de 2011.
Pré e pós-salNo período 2011-2015, os investimentos da Petrobras no pré-sal, US$ 53,4 bilhões, permanecerão ainda abaixo dos US$ 64,3 bilhões previstos para o pós-sal, que serão destinados principalmente para a bacia de Campos. Mas a participação do pré-sal nos negócios da empresa será crescente, estimando-se que a produção deverá passar de 2%, em 2011, para 40,5%, em 2020.Com os investimentos projetados, a produção nacional de petróleo deverá apresentar crescimento de 46% entre 2011 e 2015, atingindo o notável crescimento de 136% até 2020, passando dos estimados 2,1 milhões de barris óleo equivalentes dia (boed), em 2011, alcançando 3,1 milhões de boed em 2015 e 4,9 milhões de boed, em 2020 (ver Gráfico 2).Fonte: Petrobrás. Plano de Negócios 2011 - 2015
DesafiosA empresa explicita a necessidade de reforçar o fluxo de caixa para financiar os investimentos. Dos US$ 224,7 bilhões previstos para todos os segmentos de atuação, entre US$ 125,0 bilhões e US$ 148,9 bilhões, ou seja, entre 56% e 66%, dependendo do cenário, deverão ser originários de acumulação interna. Atenta a tal questão, serão priorizados os investimentos em campos sob regime de contrato de cessão onerosa, em que a empresa já despendeu recursos para obter o direito de exploração e produção, mas que são livres de pagamento de participações especiais, cabendo apenas o pagamento de royalties às esferas de governo.No plano de negócios 2011-2015, a empresa se diz ciente dos desafios tecnológicos, ambientais, gerenciais e de formação de recursos humanos para levar adiante a expansão e sinaliza para a ampliação de parcerias com as universidades e para o fortalecimento dos laços com fornecedores nacionais.