Economia
Os economistas da situação e de oposição à política econômica de Dilma Rousseff.
Leio no portal do Ministério do Planejamento, matéria da jornalista Rosana Hessel, do Correio Braziliense, sobre economistas da "situação" e da "oposição" a gestão econômica da Presidente Dilma. Como a própria matéria alerta, ninguém na Esplanada dos Ministérios confirma a existência desta lista de importantes colegas economistas, pró ou contra, a atual política econômica.
Por manifestar uma
visão crítica dos rumos da administração Dilma Rousseff, um grupo de
economistas vem sendo constantemente desqualificado por integrantes do governo.
Devido a suas opiniões, expressas em artigos e entrevistas publicadas na
imprensa, eles são considerados de oposição e, por isso, não têm sido
convidados para reuniões que técnicos oficiais costumam fazer com profissionais
do setor privado para avaliar a conjuntura econômica.
A
lista, que ninguém na Esplanada dos Ministérios confirma oficialmente, é
composta, principalmente, por ex-integrantes do governo Fernando Henrique
Cardoso, como o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco, e por desafetos
do governo petista, a exemplo do ex-diretor do Banco Central (na era Lula)
Alexandre Schwartsman. Dela, ainda fazem parte o ex-ministro da Fazenda no
governo Sarney, Maílson da Nóbrega, e economistas da Casa das Garças, no Rio de
Janeiro, capitaneados por Edmar Bacha, um dos pais do Plano Real.
A
relação inclui também integrantes do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre),
da Fundação Getulio Vargas, como José Roberto Afonso e Samuel Pessoa. Um dos
formuladores da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), Afonso vem denunciando as
manobras do governo a fim de permitir maior endividamento de estados e de
municípios para elevar a taxa de investimento. Ele lembra que, no governo FHC,
costumava participar de reuniões com acadêmicos para discutir problemas
econômicos — o que não acontece no governo Dilma.
Um
economista que pediu anonimato conta que deixou de ser chamado para reuniões do
Banco Central (BC) por ser muito crítico. Procurado, o BC negou que tenha feito
qualquer exclusão. “Havendo compatibilidade de agendas e fora do período de blecaute
(que antecede reuniões do Copom), o BC atende as solicitações de audiência, bem
como os seus dirigentes, incluindo membros da diretoria, também reservam suas
agendas para encontros periódicos com um número considerável de economistas”,
disse a assessoria da instituição.
Também
está na lista o economista José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretário de
Política Econômica do Ministério da Fazenda na administração de FHC, que não
poupa críticas à equipe de Dilma em artigos semanais. No governo Lula, ele era
constantemente chamado para reuniões com o ex-presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles, mas nunca foi convidado pelo sucessor, Alexandre Tombini,
que foi funcionário dele na secretaria. Já seu irmão, Luiz Carlos Mendonça de
Barros, que presidiu o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), é elogiado na Fazenda e considerado uma pessoa “muito sensata”.
Alexandre
Schwartsman é evitado por membros do governo devido à sua “agressividade” nos
comentários. “Não sou convidado para os seminários de inflação, mas, se existe
lista, para mim, é indiferente. Eu não quero falar com o governo nem ele
comigo. E, se tenho algum prestígio com meus clientes e leitores, isso não se
deve a estar ou não numa lista”, comentou o ex-diretor do BC.
Samuel
Pessoa, da FGV, também não acha que faça parte da relação. “Na minha coluna
semanal, faço críticas, mas também defendo programas do governo, como o Mais
Médicos, ou mostro preocupação com a aprovação do Orçamento Impositivo no Congresso,
que seria muito ruim para as contas públicas”, explicou.
Quem
conhece a presidente Dilma diz que ela não escuta quase ninguém, principalmente
em economia. Por ser economista, ela possui ideias próprias e exige que o
ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o secretário do Tesouro Nacional, Arno
Augustin, as executem. Os mais próximos dizem que ela respeita apenas três
economistas: Delfim Netto, ministro da Fazenda e do Planejamento no regime
militar; Yoshiaki Nakano, diretor da Escola de Economia da FGV de São Paulo; e
Luiz Gonzaga Belluzzo, secretário de Política Econômica do governo Sarney.
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