O racionamento de energia elétrica no Brasil: aspectos econômicos
Economia

O racionamento de energia elétrica no Brasil: aspectos econômicos


O post de hoje aborda a questão do racionamento de energia elétrica no Brasil.


Entre os vários motivos que podem ser apontados como causas do atual racionamento de energia elétrica no Brasil, estão:


1º) Ampla dependência da geração proveniente de hidrelétricas (modal responsável por 83,2% do total, segundo a ANEEL), o que condiciona o seu desempenho à existência de um clima favorável.


2º) Investimentos insuficientes ao longo dos últimos anos.


3º) MP 579, que alterou o marco regulatório do setor. Em 2012, o governo permitiu que as geradoras e distribuidoras estendessem o período de concessão dos seus serviços, desde que houvesse uma redução de 20% das tarifas. Isso provocou uma piora substancial da saúde financeira das empresas, que precisaram ser resgatadas com recursos públicos. Não houve, portanto, qualquer espaço para investimentos por parte dessas.


4º) Escassez de chuvas ao longo dos últimos meses.


A combinação desses fatores já tem causado um racionamento significativo para tentar refrear o consumo de energia. Entre as formas possíveis de conduzir esse processo, estão: (i) interrupção no fornecimento da energia em determinados períodos do dia, (ii) elevação dos preços das tarifas ou (iii) uma combinação de ambos. Atualmente, a segunda forma tem sido a predominante.


Todavia, a situação em termos de necessidade de contingenciamento do consumo de energia poderia ser muito maior. O gráfico abaixo mostra a correlação existente entre a atividade econômica (PIB) e o consumo de energia elétrica, ambos calculados a partir da variação percentual acumulada em 4 trimestres. Portanto, como o Brasil vive um período recessivo, isso acaba ajudando, naturalmente, a puxar o consumo para baixo. Caso contrário, o problema seria ainda muito maior.
PIB e consumo de energia elétrica
(Var. % acumulada em 4 trimestres)

É interessante notar que, ao longo da maior parte da série histórica, o PIB foi inferior ao consumo de energia. Isso sugere que esse acaba funcionando como um limitador (teto) para a expansão da produção.
Fonte: PIB (IBGE) (Série 1620 do SIDRA)
Consumo de energia elétrica (Eletrobras) (série disponível no IPEADATA).



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