O Estado de S.Paulo
O governo não gostou de ver o Brasil marcando passo em 2012 no Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU, que mede a qualidade de vida no mundo
conforme a saúde, a educação e a renda das populações dos 187 países que dispõem
de informações a respeito. Apesar de um ligeiro avanço na pontuação, de 0,728
para 0,730 numa escala que vai de 0 a 1, o Brasil foi mantido no 85.º lugar de
2011. O ranking é liderado pela Noruega, com 0,955 pontos. O Níger, com 0,304,
fecha a raia. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e a sua colega do
Desenvolvimento Social, Tereza Campello, consideraram "incorretos" os números e
"injusta" a avaliação.
Isso porque o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud),
responsável pela construção do IDH, ano a ano, usou dados de 2005 para a
educação no País. Deixou de contabilizar, assim, cerca de 4,6 milhões de novas
matrículas na pré-escola e nas classes de alfabetização. A omissão, por sua vez,
excluiu do cômputo avanços recentes na taxa média de escolarização dos
brasileiros, medida pelo IBGE, e na tendência desse indicador. O Pnud admite o
problema. Alega que se limitou a usar números superados, no caso do Brasil e
eventualmente de outros países, para poder comparar o seu desempenho em anos
iguais. A metodologia é discutível.
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