Todo cuidado é pouco com o dragão da inflação. Por isso, diretamente de FORTALEZA, do DIÁRIO DO NORDESTE, mestre SINFRÔNIO em genial charge. Diante disso, é recomendável ler na FOLHA ON LINE o alerta de hoje da MOODY’S.
O conjunto de incentivos monetários e fiscais do ano passado não apenas tirou o Brasil da recessão, como colocou a economia num ritmo superaquecido, o que leva o Banco Central a um impasse no esforço de controlar a inflação, disse a Moody's em relatório desta quinta-feira.
Segundo a instituição, mesmo com o ritmo de crescimento desacelerando nos próximos trimestres, o PIB brasileiro deve ter uma expansão de cerca de 6 por cento em 2010, num ritmo acima do potencial.
"Nessas circunstâncias, a inflação poderia chegar à casa dos 6 por cento no meio do ano, ainda abaixo mas muito perto do teto da meta de 6,5 por cento para o ano", diz trecho do relatório assinado pelo economista sênior para América Latina da Moody's Economy.com, Alfredo Coutiño.
Para evitar essa deterioração no cenário de preços, o economista sugere um aperto na política monetária já a partir deste mês, por meio de um aumento de 0,75 ponto percentual da Selic, hoje em 8,75 por cento ao ano.
O movimento, dirigido para conter a demanda superaquecida, principal motor da inflação alta segundo a Moody's, o juro deveria continuar subindo nos próximos meses, até chegar à casa de 10 a 11 por cento no final do ano.
O teor do documento está em linha com o alerta feito na véspera pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) que, ao elevar a previsão de crescimento do Brasil em 2010 de 4,7 para 5,5 por cento, sugeriu que a política monetária mude de muito expansiva para mais neutra.
Espera-se que o Banco Central do Brasil eleve a taxa de juro pela primeira vez em quase dois anos na próxima semana, embora os analistas não tenham consenso sobre o tamanho da alta --0,50 ou 0,75 ponto.
Mas tentar segurar a inflação apenas elevando o juro embute um risco, alertou a agência de classificação de risco, por incentivar a entrada de capital externo no país, levando à valorização do real, que por sua vez facilita as importações, o que pressiona o balanço de pagamentos e pode novamente pressionar a inflação.