O desemprego que veio para ficar, o meu editorial de hoje que aborda o problema do desemprego na óptica do que aconteceu ao emprego durante os últimos cinco anos e em linha com O desemprego inevitável que escrevi em Junho do ano passado. E ainda a conversa com Manuel Acácio no Fórum da TSF de hoje que teve como tema "O desemprego e o estado do país".
Eis os factos que podem ser vistos nos gráficos em baixo, com restrições de leitura pro ter havido uma ruptura na série do inquérito ao emprego em 2011:
1. A destruição de emprego concentrou-se nas baixas qualificações (até nove anos de escolaridade)
2. Durante os últimos cinco anos houve criação de emprego para qualificações superiores aos nove anos de escolaridade.
As possíveis consequências num quadro em que nem as políticas do Governo nem as pessoas mudam:
1. A taxa de desemprego vai manter-se elevada;
2. O crescimento da economia será medíocre, condicionado pela falta de qualificação.
O que pode moderar essa tendência:
1. Emigração de não qualificados;
2. Imigração de qualificados;
3. Políticas que qualificação profissional dos activos e mudança de política educativa para as novas gerações.
Comentário às medidas numa óptica de probabilidade de ocorrência:
A emigração e a imigração dependem de decisões individuais, sendo mais provável a sua ocorrência.
As políticas públicas para aumentar a qualificação exigem cooperação entre o Governo, os sindicatos e os patrões como revela este estudo da OCDE da autoria de Glenda Quintini. Uma cooperação que em Portugal se tem revelado impossível.
Conclusão:
O que antecipo não é, infelizmente, positivo. Esperam-nos tempos de elevado desemprego e crescimento medíocre. Ou de políticas de mais do mesmo, ou seja, o regresso da construção e obras públicas que nos atirarão a prazo para uma nova crise.
Aqui deixo dois gráficos que têm como fonte o INE mas que devem ser olhados apenas como tendências face à ruptura da série em 2011
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Fonte: INE, vários inquéritos aos emprego; * ruptura de série em 2011 |
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