Tenho três e-mails: o meu corporativo, o [email protected] e o [email protected]. Aqui e ali tenho que explicar como um ferrenho defensor do livre mercado tem em um dos seus e-mails, o nome de Keynes.
É fácil explicar: Estudante de Economia na Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo, a mais antiga na área no Brasil, reconheço que fiquei encantado com as idéias keynesianas. E, para homenagear um dos maiores economistas do século XX, registrei meu e-mail com seu nome.
Como tudo na vida, nem 8 nem 80. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Keynes é brilhante e suas idéias revolucionaram muitos e durante muito tempo. Um dos pais da teoria macroeconômica, foi um homem à frente de seu tempo. De qualquer maneira, como dizia Francis Bacon "Triste não é mudar de idéia. Triste é não ter idéia para mudar".
Com o passar do tempo, sempre ele, o Senhor da Razão, fui conhecendo e entendendo outras ideias e buscando sempre aquela idéia que realmente fosse solução para os inúmeros problemas econômicos que existem. Não é novidade que desde Adam Smith que alternativamente idéias econômicas mudam com o tempo e nisso não observo nada de errado. É "falha no funcionamento do mercado", como dirão alguns, porém cada caso é um caso.
Lembrando a célebre frase de Keynes de que "a longo prazo, todos estaremos mortos", Gaspari coloca como título de sua coluna dominical a frase "No longo prazo, Lord Keynes ressuscitou". Com seu extraordinário conhecimento, Gaspari pesa a mão na crítica aos "liberais" e a "mão invisível" de Smith.
Que pena Gaspari. Excelente texto, mas o livre mercado ainda é a melhor solução, mesmo com alguns ajustes que entendo sejam necessários.