Investment Grade é possível?
Economia

Investment Grade é possível?


A redução do risco-país ( reporta-se a todos os ativos financeiros do país. Envolve os compromissos de empresas privadas com acesso ao crédito externo. Essas empresas podem defrontar-se com riscos de conversibilidade ou transferência de divisas decorrentes da possibilidade de controles de capitais serem subitamente estabelecidas pelo Estado soberano) para patamar mais baixo da história, no final do mês de março, é um sinal prático de que o investidor externo está procurando oportunidades para alocar parte de seus recursos financeiros, não em especulação, mas em opções de longa maturação (títulos do governo através da aprovação da MP 281 - que trata da isenção de CPMF sobre os débitos em conta corrente relativos a títulos públicos adquiridos por estrangeiros) - o que é o mesmo.
Contudo, não se deve esquecer dois aspectos positivos da medida supracitada: o Brasil deseja igualar a capacidade de competição de seus títulos de dívida aos dos seus pares emergentes e outrossim, ocorre mudança paulatina no que diz respeito ao perfil da dívida interna, predominantemente de curto prazo (monopolizada por algumas instituições financeiras, como Bradesco, Itaú, Unibanco) para o longo prazo (sustentado por títulos prefixados adquiridos por investidores estrangeiros) e que tem como consequência : o aumento da eficácia de medidas monetárias do Banco Central via taxa Selic. A atitude acima teu seu conteúdo pragmático, mas chegar ao investment grade é necessário muito mais, como veremos abaixo.
INVESTMENT GRADE
As agências de risco Standard & Poors, Moody´s e Fitch são responsáveis pela classificação das economias em: grau de investimento ou grau de especulação. A classificação atribuída pelas agências é um dos elementos afetadores da determinação dos prêmios de risco e de precificação de ativos pelos agentes econômicos. Os devedores em “grau de especulação” enfrentam um custo mais elevado de captação de recursos no mercando internacional. As agências classificam tanto um devedor quanto uma emissão específica, pois a classificação de um título pode superar a classificação do emissor no caso de garantias ou cláusulas contratuais capazes de conferir ao título mais segurança. O risco-soberano é o risco de crédito associado a operações de crédito concedidas a Estados soberanos. Para cada governo avaliado, além do “rating” (nota), as agências divulgam sua opinião sobre a perspectiva ou a direção provável da classificação de risco no médio prazo (um a três anos). Ela pode ser positiva, negativa, estável e em desenvolvimento. No risco-soberano, as agências realizam a avaliação com base em fatores e variáveis distribuídos em cinco categorias principais: 1ª) risco político, civil e institucional; 2ª) setor real e estrutura econômica: 3ª) setor fiscal: 4ª) setor monetário e financeiro; 5ª) setor externo. A renda “per capita” é considerada um bom indicador do nível geral de desenvolvimento econômico e institucional de um país. A inflação é vista pelas agências como um dos melhores termômetros da consistência das políticas fiscal e monetária, da estabilidade financeira, política e institucional de um país. O desenvolvimento do mercado financeiro é outro fator com peso importante. O sistema financeiro bem desenvolvido possibilita a venda dos títulos do governo a uma parcela abrangente da população (o que não ocorre no Brasil). Outro indicador do grau de desenvolvimento do mercado financeiro é o crédito doméstico ao setor privado como proporção do PIB (praticamente ridículo e caro). O grau de abertura comercial e financeira de um país ao resto do mundo é outro fator considerado pelas agências. Essa integração permite ao setor privado utilizar intensivamente o mercado financeiro internacional para financiar investimentos, exportações e importações. Num país de abertura comercial, as indústrias são mais competitivas e voltadas para o mercado externo. Nos países protecionistas, as indústrias tendem a ser ineficientes e a privilegiar o mercado doméstico, prejudicando a geração de divisas e, em consequência, reduzindo a capacidade de serviço da dívida externa. A variável mais importante na avaliação do setor externo é a divida externa líquida total em relação às receitas em conta corrente. Na análise das finanças públicas, duas variáveis são fundamentais: o déficit nominal do governo em proporção do PIB; e o estoque da dívida do governo em relação às suas receitas totais. (Vale destacar essa última frase, pois exemplifica que, o realmente importante é a dívida BRUTA / PIB (em 70% ) e não a líquida (em 45% ). Tarciso Godoy - secretário do Tesouro Nacional - exclamou: "o país hoje é muito menos exposto a determinadas economias, tem uma balança comercial diversificada e tem uma democracia consolidada. Você tem, sob todos os aspectos, os investidores sentindo que o Brasil tem uma possibilidade real de receber o investment grade". Desculpe, mas esse Brasil não conheço. Para se ter uma idéia da realidade e de propostas concretas, acessem o hiperlink abaixo, de modo a , tranquilamente, analisar os gráficos: http://www.fiesp.com.br/economia/pdf/politica%20economica_capa%20nova%2023Nov06.pdf.
E sobre a diversificação de exportações e importações , acessem o link abaixo:http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/secex/depPlaDesComExterior/indEstatisticas/balComercialCompacta.php
Veja bem que não é o economista principiante que está falando pelos dados, é o próprio governo, através de suas estatísticas. Aproveitem, leitores, e façam um diagrama com pós e contras.



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