Do sonho da compra da casa própria ao pesadelo de ter que se desfazer do imóvel em menos de seis meses. Essa é a realidade de 2.460 consumidores que tiveram que devolver o imóvel comprado no último semestre de 2011 por não conseguir quitar as prestações.
Na estimava do mercado, 10% das 24.606 unidades adquiridas de junho a novembro de 2011 no Estado foram devolvidas por clientes que não conseguiram pagar as prestações. Ou seja, na média, 400 imóveis por mês retornaram à cartela de vendas depois de serem vendidos.
O presidente da Lorenge S.A., José Élcio Lorezon, conta que o índice de imóveis devolvidos tem aumentado. Ele relaciona esse comportamento do mercado ao acesso da nova classe médio ao crédito imobiliário.
“A classe C ascendeu, mas tem um orçamento doméstico sensível a qualquer eventualidade. É um consumidor que não está habituado a fazer planejamento de longo prazo e até mesmo o conserto de umcarro pode desequilibrar as finanças”, avalia.
O diretor do Sindicato da Indústria Imobiliária do Espírito Santo, Pedro Zamborlini, diz que não é só nessa fase de obras que acontecem as quebras de contrato.
“O comprador, às vezes, fecha negócio na empolgação, considerando apenas o valor reduzido das mensais durante as obras. E quando o imóvel fica pronto se depara com os custos do financiamento somado à taxa de condomínio. É aí que muitos não conseguem quitar as prestações”, afirma.
O diretor da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Estado (Ademi-ES), Francis Rocha, ressalta que a quebra de contrato é prejudicial tanto para a empresa quanto para o consumidor e defende a mudança de cultura.
“Assim como o mercado imobiliário se adequou, criando produtos e oportunidades de compra para a classe C, o consumidor deve incorporar a sua vida, que é fundamental para dar sequência ao sonho da casa própria”, pontua.
Falta de planejamento compromete sonho
Mercado
- De junho a novembro de 2011, foram adquiridas no mercado imobiliário capixaba 24.606 unidades.
- Desse total, 10% dos imóveis foram devolvidos por consumidores por consumidores que não conseguiram pagar as prestações.
- Na média, 400 imóveis por mês retornaram à cartela de vendas depois de serem vendidos.
Justificativa
- Nos últimos anos, o índice de imóveis devolvidos tem aumentado. Especialistas em mercado imobiliário apontam que esse quadro se intensificou ao passo que o governo federal ampliou a oferta de crédito imobiliário, com juros menores e prazos maiores.
Precauções
- Para evitar o endividamento e a devolução do imóvel adquirido, o consumidor deve tomar algumas precauções.
- É importante fazer uma leitura atenta do contrato, observando todos os detalhes e, por exemplo, qual será a forma de correção da prestação.
- Enquanto estiver pagando o imóvel no período de obras, é importante fazer uma reserva de para dar o valor das chaves.
- Além disso, é importante calcular os gastos futuros com a taxa condominial e verificar se ele não vai extrapolar o orçamento se somando à prestação do financiamento depois do imóvel pronto.
Fonte: A Tribuna