Economia
Era demasiado abstracto...
As intervenções do FMI em 1977 e 1983 foram necessárias para enfrentar o défice externo, com a penúria de dólares a impedir a execução de pagamentos internacionais. O défice externo deixou de ser um problema premente no pós adesão à CEE em 1986. Primeiramente o investimento externo em Portugal e os fundos de coesão colmatavam o défice das contas correntes; a partir de 1999 a adopção do Euro fez desaparecer a restrição externa, visto que o Euro é emitido pelo BCE e moeda internacional. O combate do défice externo português deixou aparentemente de ser premente - e foi substituído pela restrição das finanças públicas prevista nos critérios de convergência do tratado de Maastricht: o défice anual público não pode exceder 3% do PIB e a dívida pública não pode exceder os 60% do Produto Interno Bruto. Eram restrições demasiado abstractas! Estes limites sempre foram encarados como realidades esdrúxulas, impostas arbitrariamente por "Bruxelas". No entanto o défice anual de 3% poderia ser excessivo para estabilizar o rácio da dívida pública relativamente ao PIB.
A explosão da dívida pública dos últimos anos - estilhaçando a credibilidade do Estado português - colocou-nos novamente num terreno onde imperam as dificuldades e a ausência de liberdade de manobra, como enfrentámos antes da adesão à CEE. "Conseguimos!"
Na década 1999-2009 usámos e abusamos da credibilidade associada ao Euro; a pertença ao clube dos ricos e a promessa da
tying hands do Pacto de Estabilidade e Crescimento ("O PEC foi adoptado para evitar que políticas fiscais irresponsáveis tivessem efeitos nocivos sobre o crescimento e a estabilidade macroeconómica dos países da União Europeia, em particular aqueles que adoptaram o Euro como sua moeda"
in Wikipedia), foram utilizadas para nos encharcarmos de dívida pública e privada. Não admira que os "mercados" nos tenham tirado o tapete.
Está aberta a época das medidas draconianas para conter os problemas financeiros e fala-se de um governo de salvação nacional PS-PSD-PP: deve ser a solução de governo mais parecida com o salazarismo a que poderemos democraticamente aspirar.
loading...
-
O Euro Ataca A Alcateia Mercados
A expressão é do ministro das Finanças sueco e está difundida por todas agências: "Estamos perante um comportamento de rebanho dos mercados, um comportamento de alcateia [wolfpack behavior]", afirmou o ministro das Finanças sueco Anders Borg, considerando...
-
Previsões De Inverno Da Comissão Europeia
De acordo com as previsões hoje divulgadas pela Comissão Europeia, em 2013, o conjunto dos países da União Europeia deverá registar um crescimento de apneas 0,1% enquanto que na zona euro teremos uma contração do produto de 0,3%, com...
-
O Dilema Da "troika"
O objetivo essencial do Programa de Ajustamento Econoómico e Financeiro que Portugal assumiu perante o FMI, a Comissão Europeia e o BCE é o de assegurar a sustentabilidade das finanças públicas através da redução do défice público por forma...
-
Défice Orçamental E Dívida Pública Na União Europeia
De acordo com o Eurostat, em 2010, o défice orçamental da zona euro correspondeu em média 6,0% do PIB e a dívida pública ascendia no final do ano a 85,1%, enquanto que para o conjunto da União Europeia os valores eram 6,4% e 80,0%, respectivamente....
-
A Crise Continua
Apesar da sua dimensão, a decisão de apoio financeiro à Grécia não foi suficiente para "acalmar" os mercados, continuando a existir uma forte pressão sobre as dívidas públicas grega, portuguesa e espanhola. Netse momento existe um...
Economia