Empresários brasileiros precisam estudar melhor o mercado chinês - ( Comentado por João Ricardo Trevisan de Souza)
Economia

Empresários brasileiros precisam estudar melhor o mercado chinês - ( Comentado por João Ricardo Trevisan de Souza)



Estadão 28 de março de 2011

Embaixador da China ainda defendeu um planejamento para as próximas décadas no comércio entre os dois países

Lisandra Paraguassu, Renato Andrade e Vera Rosa, da Agência Estado

BRASÍLIA - Os empresários brasileiros precisam "fazer um esforço" e "estudar com mais atenção o mercado chinês" para ampliar o comércio com a China. A advertência foi feita pelo embaixador da China no Brasil, Qiu Xiaoqi, em entrevista na tarde desta segunda-feira, 28.

Ao tratar da visita da presidente Dilma Rousseff a seu país, em meados de abril, o embaixador afirmou que os dois países já têm um nível de comércio muito alto e não se pode pensar em um planejamento para um ou dois anos. "Temos que pensar nas próximas décadas", disse.

Qiu Xiaoqi afirmou que entende a preocupação do Brasil com o fato da China comprar basicamente commodities brasileiras e exportar produtos manufaturados. "Estamos fazendo um esforço para um comércio mais equilibrado em todos os sentidos, inclusive na estrutura do comércio", disse. "Mas é importante que os empresários brasileiros estudem com mais atenção o mercado chinês. É um mercado aberto. É importante que as associações de empresários façam estudos mais profundos para que, com isso, possam fazer um trabalho mais eficiente".



O embaixador revelou, ainda, que os empresários chineses pretendem sair do Fórum com a presidente, marcado para a visita a Pequim, com mais possibilidades de investimento no Brasil. "Um aspecto importante é a diversificação dos interesses chineses no Brasil", afirmou.

Perguntado sobre o câmbio supervalorizado da moeda chinesa e se seria um tema do encontro com a presidente, Qiu Xiaoqi afirmou que "esse não é um tema de reunião bilateral e não será importante". De acordo com o embaixador, a China desvalorizou em 30% sua moeda nos últimos 15 anos e "vai persistir nessa atitude responsável". "Não vamos fazer nada sobre pressão. Não é saudável para a economia mundial", disse.

Comentário de João Ricardo Trevisan de Souza:
A grande parte das exportações brasileiras para a China é composta por minério de ferro, soja e pertróleo. Por outro lado, as importações brasileiras são bastante variadas, incluindo desde camisetas até carros (para obter informações mais detalhadas visite: http://www.mdic.gov.br).
            Esse padrão de comércio esta longe de ser uma mera coincidência. A atual configuração do comércio Brasil-China deve-se a dois fatos. Primeiramente, assim como argumenta o embaixador, uma boa parcela dos empresários brasileiros não estão prontos para entrar no mercado chinês. Além disso o governo Chinês pratica uma política de promoção da indústria nacional e do desenvolvimento que dificulta um comércio mais variado.
            Com relação as companhias brasileiras, são poucas aquelas que estão aptas a oferecer produtos competitivos na China. A primeira causa para essa fraqueza é o desconhecimento do mercado. Existe consumidor para qualquer produto na China, entretanto, é preciso adaptar-se à cultura, tradições e preferências do povo chinês. Um bom exemplo é a rede de fast food KFC, a empresa soube adaptar seus produtos ao gosto do chinês e até incluiu novos produtos no cardápio. Como consequência, KFC é disparado a maior rede de fast food na China.
            A segunda razão é a falta de profissionais fazendo a conexão entre os dois países. Fazer negócio esta mais para uma arte do que trabalho. As reuniões são extremamente longas, regadas a álcool e tabaco e, geralmente, não levam a lugar nenhum! Pelo menos essa é a impressão que fica para um indivíduo que não esta acostumado ao método chinês de conduzir negócios.
            A política econômica chinesa, por sua vez, é vista pela grande maioria dos países ocidentais como uma barreira. Não apenas a taxa de câmbio como destacado na notícia acima, mas também questões relacionadas a proteção do mercado nacional e a propriedade intelectual são geralemte citados como dificuldades impostas ao comércio.
            O fato é que a política econômica chinesa não vai mudar no curto prazo. Afinal, diversificar a pauta de exportações brasileiras logicamente não faz parte dos planos do governo chinês. Essa disputa esta fora da esfera de poder dos empresários, portanto esta nas mãos do governo lutar por acordos bilaterais que promovam o comércio.
            Em suma, a demanda chinesa oferece um incentivo a primarização da pauta de exportação brasileira. Para fugir desta situação, é necessário um esforço conjunto de empresários e governo na busca de novos mercados.
João Ricardo Trevisan de Souza



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