A cada dia pioram as previsões para o resultado do PIB de 2009 do Brasil, dos demais países e do resultado geral do mundo. Como a Economia é muito complexa, existem Economistas otimismas e outros não tanto, cada qual com seus interesses particulares, acadêmicos, políticos ou teóricos, ou tudo isso agregado. Ainda acredito que o Brasil NÃO afundará em 2009, mesmo lendo colegas de renome e revistas idem, apostarem no PIB de 2009 em (-) 1%, caso da correta "Economist" em sua última edição. Neste domingão, o comentário de um especialista que realmente escreve do que realmente conhece: GUSTAVO FRANCO na EXAME. Vamos trabalhar e buscarmos melhorar o resultado em todas as nossas atividades e conseguirmos um 2009 otimista?
Ainda dá para voltar a crescer neste ano - Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central e sócio da gestora de recursos Rio Bravo.
Não podemos descartar surpresas, mas o resultado do último trimestre de 2008 não sepulta a chance de crescimento deste ano. Ainda há muito jogo pela frente. Aliás, estamos diante de uma oportunidade histórica, a de aprender a viver com taxas de juro de "países normais". Diferentemente do que ocorre no hemisfério norte, o Brasil terá de atuar na política monetária, e não na política fiscal, para amortecer a crise. Não existe a menor chance de os gastos públicos compensarem a queda nos investimentos e a contração de crédito. E isso é bom, porque o corte de juros afeta positivamente a economia de uma maneira muito mais horizontal, sem a seletividade da política fiscal, que beneficia alguns setores escolhidos. O Brasil ainda tem a maior taxa de juro real do planeta e tem condição de reduzi-la a um dígito sem risco inflacionário. Na minha opinião, esse dígito está mais para 5% do que para 9%. Quando a roda da economia mundial voltar a girar, os juros não terão de voltar ao patamar atual. Poderemos passar para uma nova normalidade. É claro que isso trará muitos benefícios para os investimentos produtivos, mas também apresentará desafios, particularmente para as instituições financeiras menos eficientes. Elas terão de funcionar com mais produtividade.