Economia
Douglass North e as instituições brasileiras
No inicio da montagem deste blog sempre me deparava com colegas que mesmo estando nos últimos semestres do curso ainda não conseguiam relacionar os fatos econômicos à teoria vista em sala de aula. Obviamente que a compreensão e associação é inerente a cada acadêmico, então, o entendimento será sempre único de cada fato exposto na mídia.
Essa reportagem da Revista Forbes, uma das que mais gosto de ler, apresenta um caso prático, onde se pode ver claramente um sinal de aplicação da teoria vista lá na sala e nas leiuras particulares.
O pensador que tentarei utilizar nesta breve colocação é Douglas North. Para quem já teve o acesso aos textos de North sabe o que estou falando, mas sempre é bom balizar o meu enfoque na sua vasta obra. Falo da incursão de North sobre o tema crescimento econômico de longo prazo. Para North, a evolução histórica de uma sociedade está calcada na formação e evolução de suas instituições. Na sua concepção histórica, as evoluções institucionais foram mais importantes que as inovações tecnológicas. Portanto, as instituições são as bases de todo o desenvolvimento econômico de um país.
A idéia básica de North é que as decisões econômicas e mesmo sociais são permeadas por incertezas. São as incertezas quanto as leis, a manutenção dos contratos, da manutenção da ordem, da moeda, etc. Estas incertezas estão presentes (fazendo aumentar ou diminuir) nos custos de transação dos bens na economia. Na concepção de North é ai que surgem as instituições. Surgindo como um meio de conceder a melhor utilização dos meios econômicos. As instituições servem para garantir o bom funcionamento da economia (grave isso). Por isso que North retrata o histórico das instituições e os relaciona com um meio de alcançar de forma consistente o desenvolvimento econômico.
Se voltarmos um pouco mais veremos na obra de Veblen um pouco de atenção às instituições. Veblen, com seus instintos, também, já reservará espaço na análise econômica.
Nesta reportagem da Forbes há um retrato justamente do enfraquecimento das instituições nacionais via corrupção. Não se pode aceitar que as instituições nacionais, entre elas o governo, o judiciario e mesmo a sociedade (pela conivência) sejam combalidos por ações perniciosas de políticos corruptos. Este enfraquecimento não pode ser encarado de forma isolada, mas como um sinal de que o desenvolvimento econômico brasileiro necessita de um Estado melhor aparelhado e vigilante nas suas obrigações.
Então, acredito que o destaque que a obra de North merece não é destacar apenas na década de 60 (quando publicou sua obra: The Economic Growth of the United States 1790-1860) e na obtenção do Nobel em 1993. North, pode dar muitas contribuições, mas é só se deter mais no seus postulados. Acredito que o crescimento econômico nacional passa por meios mais consistentes e duradouros que uma política econômica adotado pelo governo. Passa por um fortalecimento das instituições como um elemento que perdura por um período maior.
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Eu não tenho acesso à Veja. Mas quem tem deveria - mesmo - ler a entrevista do Douglass North. ...
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Ok, o HACER é um think tank a favor da liberdade econômica. Mas, como diria Adam Smith, mesmo que você não concorde com as boas intenções do pessoal de lá, você pode desfrutar de alguns subprodutos deles.
Falo, claro, da biblioteca...
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