Economia
Divagações sobre a questão das fontes de energia
Em um horizonte de crescimento acelerado do PIB (em especial, por parte dos BRICS), mesmo com a recessão norte-americana, é de se pensar quais fontes de energia serão utilizadas no futuro para fomentar a continuação desse processo benéfico, apesar de seu caráter desigualitário grosso modo.De cunho informativo, o “Economia Prática” traz a você uma síntese de magnífica reportagem sobre as energias do futuro, publicada na revista The Economist de 21/06/2008, sob o nome de
The Power and the Glory – A special report on Energy.
É de característica do capitalismo a ocorrência de booms (
I) mediante descobertas da fronteira tecnológica. Enquanto o preço do petróleo oscila entre tsunami e maré baixa, as pessoas iniciam um processo de brainstorm (
II): imaginando como racionar o consumo (e o uso na produção, verdadeira sangria de redução de custos), aonde é utilizada (i.e, carros, indústria, lar) e novas possibilidades de obtê-la no futuro (através do sol, carvão, vento, mar, terra, nuclear). Junto a isso, existem as questões do aquecimento global e dos riscos geoestratégicos inerentes à concentração de fontes de energia não-renovável nas mãos de poucos fornecedores. Do ponto de vista empresarial, vê-se que o mercado no que tange à energia é gigante.
No texto
Trade winds, destaca-se a iniciativa de uso da energia eólica em países como Espanha e Estados Unidos, tanto pela vantagem comparativa em retorno (US$) no uso da terra para implantação de turbinas por parte dos fazendeiros ao invés do cultivo de biocombustíveis e também pela redução de custos na aquisição das peças necessárias . É um mercado que cresce consistentemente, contudo, é desafiado por alguns problemas: i) há de ser empregada grande quantidade de profissionais (desde meteorologistas até engenheiros) para averiguar o design das turbinas e a velocidade / localização dos ventos – a questão de um ou dois km/h acarreta em grande diferença na produção final de energia, isto é, no custo-benefício da operação e ii) Não necessariamente a demanda por essa energia estará localizada próxima aos parques. Por isso, estão sendo estudadas formas de criação de redes terrestres e aquáticas “inteligentes”, as quais, mediante controle de softwares, fariam a distribuição da energia para os locais necessitados: não haveria uma oferta gigante a ser subutilizada ou desperdiçada.
Já no texto
Another Silicon Valley? É dada ênfase à pesquisa em relação à potencialidade da energia solar. Iniciando como fonte de energia para pequenas residências na década de 1950, por meio da atualmente conhecida célula fotovoltaica, agora, já toma magnitude de grandes projetos de aproveitamento da energia solar em locais como o deserto do Saara (1). Já não são mais usadas somente células solares (espelhos planos) na recepção dos raios, mas também espelhos em forma parabólica, torres receptoras e até se cogita o uso de satélites para tal função. Semelhante à produção de microchips, a matéria-prima para a construção dos espelhos é o silício. Contudo, como sabemos, ele é um semicondutor caro e escasso na natureza, logo, está sendo estudada a utilização de uma mistura de metais na função de semicondutor, reduzindo assim o custo final do equipamento, viabilizando a instalação deste tipo de fonte de energia até em regiões mais pobres.
Por sua vez, no texto
Life after death, é comentada a imagem secular da energia nuclear: arma de destruição em massa - terror dos ambientalistas - e com pouca viabilidade econômica. Felizmente, os tempos estão mudando, e até Patrick Moore (fundador do Greenpeace) e James Lovelock (inventor do projeto Gaia) (2) estão aderindo a essa opção no que tange ao futuro da energia com reduzidos índices de emissão de CO2. Considerando-se que ainda vagueiam pela mente das pessoas os acidentes de Three Mile Island e Chernobyl, a questão da segurança é a mais preocupante. Devido a isso, pesquisas estão sendo feitas no que é chamado “defesa passiva”, a qual consiste em fazer com que as medidas de segurança se executem automaticamente, ao invés da necessidade de ativação externa (leia-se humana). Algo simples como configurar os controles que regulam a velocidade da reação, de forma que lidem com a gravidade por conta própria. O desenvolvimento desses sistemas está nas mãos de três empresas do ramo de reatores: Westinghouse, General Electric e Areva. Seria irresponsável, entremente, esquecer de outro gargalo: para qual lugar irão as “sobras” do processo nuclear? Para baixo da terra, dentro de invólucros desenvolvidos para tal, até que a tecnologia descubra outro uso para o material.
Ainda foram discutidas as questões da energia geotérmica e àquela dos biocombustíveis, entretanto, em uma escala menor de importância (especialmente a geotérmica - pelo seu custo elevado de obtenção (3). Não se sabe ao certo, contudo, em quais bases o desenvolvimento da sociedade será erigido, visto que o tópico “energia” é particularmente dependente da fronteira tecnológica. Para o cidadão comum fica a mensagem: sejamos conscientes no uso da energia, independentemente da fonte.
VocabulárioI)Termo inglês que significa aumento rápido de um determinado contingente.II)Tempestade de idéias. Técnica utilizada em todos os campos de atividades, que tem por objetivo encontrar soluções criativas para determinados assuntos.
Fontes1) http://www.howstuffworks.com/solar-cell.htm - neste endereço existe, em inglês, descrição do que é uma célula solar e de como ocorrem reações e etc.2) http://www.thegaiaproject.net/ - http://www6.ufrgs.br/gaia/br/menubr.html - dois endereços para a pesquisa sobre este projeto, o qual, resumidamente, interpreta o planeta Terra como um grande organismo. Além disso, notem documento que explica como funciona a energia nuclear, atualmente... http://www.cnen.gov.br/ensino/apostilas/energia.pdf
3)http://www.ider.org.br/oktiva.net/1365/nota/26201/ - aí existe explicação do que é energia geotérmica, bem como informações sobre outras formas de energia, como a eólica, solar...
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É sério. E é para o seu bem. Não acredita? Cheque esta interessante matéria: Yahoo! News - UN Uses Atomic Technology to Fight Malaria Mosquito.
Pesquisas como esta me chamam a atenção: nada de preconceitos....
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