Crítica ao texto: Socialismo e Comunismo: Experimento Interessante Ocorrido em 1931
Economia

Crítica ao texto: Socialismo e Comunismo: Experimento Interessante Ocorrido em 1931



Um professor de economia na Universidade Texas Tech disse que ele nunca reprovou um só aluno antes, mas tinha, uma vez, reprovado uma classe inteira.



Esta classe em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e ‘justo’.



O professor então disse, “Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas.”



Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam ‘justas. ‘ Isso quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém seria reprovado. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia um “A”…



Depois que a média das primeiras provas foi tirada, todos receberam “B”. Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.



Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos – eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas.







Portanto, agindo contra suas tendências, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos. Como um resultado, a segunda média das provas foi “D”.

Ninguém gostou.

Depois da terceira prova, a média geral foi um “F”.

As notas não voltaram a patamares mais altos mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe.

A busca por ‘justiça’ dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma.

No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos repetiram o ano… Para total surpresa deles.

O professor explicou que o experimento socialista tinha fracassado porque ele foi baseado no menor esforço possível da parte de seus participantes. Preguiça e mágoas foram o resultado. Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual o experimento tinha começado.

“Quando a recompensa é grande”, ele disse, “o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós. Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem seu consentimento para dar a outros que não batalharam por elas, então o fracasso é inevitável.”

“É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade.

Cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber.

O governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro alguém.

Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao início do fim de uma nação.

É impossível multiplicar riqueza dividindo-a.
Este texto foi escrito pelo Professor Paulo Lindgren

Minhas considerações sobre o texto lido:

“É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade.”

Frase correta, porém completamente falaciosa, dado que não se aplica à realidade. Políticas de redistribuição de renda eficientes são orientadas à equidistribuição de oportunidades, jamais à “prosperidade dos pobres”. Isso porque elas miram o futuro e não o presente.

Trata-se de assegurar que filhos do pobre e do rico tenham oportunidades iguais por meio da saúde e da educação e então tenham liberdade de decidir o que querem para si. Numa sociedade com mais oportunidades todos ganham, ricos e pobres. Qualquer análise de distribuição de renda focada exclusivamente nas condições presentes, como se  tratasse de tirar de um para dar a outro, é pura tolice. O efeito da distribuição é dinâmico, não estático. A história do mundo desenvolvido mostra isso.

“Cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber.”

Isso é óbvio. Por isso nenhum programa de distribuição de renda deve estimular o ócio (muito embora vários países paguem para trabalhadores desempregados ficarem em casa estudando). A frase é uma objeção ao ócio e não aos programas de distribuição de riqueza. De resto, uma objeção mal colocada, pois desconsidera a questão da educação, além de outras de opção política, por ex. os subsídios públicos a aposentados, desempregados, mulheres, etc.

“O governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro alguém.”

Correto do ponto de vista estático, errado do ponto de vista dinâmico. Ao distribuir riqueza criando igualdade de oportunidades, o governo faz exatamente isso. Os filhos dos pobres que conseguem prosperar graças a esses programas geram mais riqueza à nação, e por isso não implicam ônus para os filhos dos ricos. Desconheço qualquer reclamação dos herdeiros de Rockefeller, Morgan, Renault ou Bosch quanto à redução do seu quinhão em função das políticas redistributivas adotadas nesses países.

“Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao início do fim de uma nação.”

De fato. E quando metade da população entende a idéia de que não adianta trabalhar pois nunca chegará aos pés da outra metade, também chegaremos ao fim de uma nação. Nações pressupõem igualdade de direitos e oportunidades. Não existe uma nação quando uma parte da população é alijada de oportunidades. Existe guerra civil, declarada ou não. É o que vivemos hoje no Brasil.
“É impossível multiplicar riqueza dividindo-a.”

Absurdo completo do ponto de vista teórico e empírico. EUA, Europa, Israel e Japão chegaram aonde chegaram fazendo exatamente isso. Aliás, é a única coisa que todos esses países têm em comum: a convicção de que para crescer é preciso democratizar as oportunidades.

Perdoem-me a insistência nesses pontos, senhores, respeito seus pontos de vista, mas temo sinceramente pelas conclusões, pois creio que criticar o socialismo nesses termos é defender o liberalismo. E só há uma coisa que me tira mais do sério do que chavões esquerdistas, e é o trololó liberal. Pois esquerdismo é quase uma doença mental, particularmente contagiosa na adolescência, então você não espera muito mesmo de alguém que acredita nessas coisas. Mas combater o socialismo com falácias liberais é de doer. Já repararam que não existe Pátria nesses modelos, não existe interesse nacional, tudo o que existem são classes sociais, ou “trabalhadores” e “ociosos”? Onde foi parar o nacionalismo? Desde quando o bem-estar de um punhado de indivíduos se sobrepõe ao das gerações futuras de uma nação? Puras falácias, é o que são na minha opinião. E a falsidade dos argumentos socialistas não as torna mais verdadeiras, muito pelo contrário.

O Brasil já sentiu na pele o que são essas mentiras. Até bem pouco tempo atrás éramos uma potência de fato e de direito, em franca expansão e cheios de oportunidades. Esse era o país sonhado por nosso chefes militares. Mas bastou uma crise e depois uma cacetada de liberalismo para fazer o povo aqui eleger o PT e flertar com o socialismo. Sim senhor, pois é isso o que acontece quando se desmonta o Estado e se destrói o sonho de um país grande no futuro – ao invés de riqueza, o que se gera é ressentimento, não por acaso o terreno favorito para o florescimento da erva daninha esquerdista.

Por isso, francamente, penso que não dá mais. Se queremos sepultar o socialismo de vez, temos de começar enterrando também seu primo-irmão utópico chamado liberalismo. E botar na cabeça de uma vez por todas que se queremos transformar o Brasil em uma potência respeitada lá fora, primeiro temos de nos respeitar também, e isso significa cuidar das próximas gerações para fortalecer a cidadania e o patriotismo no país. E isso implica democratizar as oportunidades de alguma forma. Isso não significa que todo programa do governo esteja isento de críticas, muito pelo contrário. Mas no nosso caso específico, ainda penso que fazer errado é melhor que não fazer nada. Pois se não fizermos alguma coisa logo, podem se preparar, logo teremos outro Chávez em breve por aqui também. E daí sim, senhores, sentiremos na pele o que é “tirar de todo mundo” para fazer a alegria de meia dúzia de pulhas encastelados no poder.

Frederico Matias Bacic



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