Jamil Chade - CORRESPONDENTE / GENEBRA
Os países ricos se uniram para questionar a política industrial brasileira,
que chamam de "discriminatória". Amanhã, na Organização Mundial do Comércio
(OMC), vão pedir explicações ao Itamaraty em relação à política de incentivo
fiscal que, para esses governos estrangeiros, estaria violando regras do
comércio.
Num documento enviado ao Itamaraty, obtido pelo Estado, datado de 15 de
abril, os governos de EUA, Japão e União Europeia deixam claro que consideram
"preocupantes" as medidas adotadas pelo Brasil nos últimos meses em diversos
setores e pedem explicações, elevando a pressão sobre Brasília.
Há ainda outra queixa: o governo de Dilma Rousseff havia prometido que certas
medidas de incentivo seriam temporárias. Mas, hoje, já estão previstas para
durar toda a década.
O Palácio do Planalto insiste em que sua política industrial está dentro das
regras internacionais. Mas agora os países ricos querem saber como é que o
Brasil justifica a "consistência" de seus incentivos perante as normas da OMC.
Essas leis estipulam justamente que governos não podem usar regras tributárias
nacionais para criar discriminação entre produtos nacionais e importados.
Essa não é a primeira vez que incentivos fiscais dados pelo Brasil são
questionados na OMC.
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