Economia
Bom senso ou Consenso Forçado?
O debate econômico atual, sendo otimista de que ainda podemos chamá-lo de debate e não de consenso forçado, ocorre de um modo orwelliano: como se nunca tivesse existido qualquer caminho alternativo. Bem como no clássico 1984, a Oceania estava em guerra com a Eurásia, portanto, ela sempre estivera em guerra com a Eurásia. O inimigo do momento, ou seja, qualquer outra alternativa de política econômica (ou projeto de desenvolvimento), representa o mal absoluto, decorrendo daí a impossibilidade de qualquer acordo passado ou conciliação futura. Quem domina, ou simplesmente exclui, o passado, controla o presente. Quem controla o presente determina o futuro. Criam-se tantos fetiches e fantasias retóricas, fazendo com que no imaginário de todos nós qualquer tipo de alteração seria a derrocada da tão almejada harmonia perfeita da estabilidade.
Enquanto isso, egocentristas e vaidosos economistas do consenso decidem o futuro de outros países sem nunca ter saído de sua abastada vida nos Estados Unidos. Atribuem riscos-país de forma aleatória, como brincavam quando crianças com botoezinhos de um videogame. Massageiam seus egos narcisistas fazendo análises e previsões auto-realizáveis de crises econômicas, sem nunca ter presenciado, ou sequer sentido o cheiro de qualquer situação de miséria absoluta ou falta de oportunidades.
No nosso Brasil, a ortodoxia dos economistas oficiais está combinada à embriaguez do poder por parte dos políticos. Ao invés de um verdadeiro projeto de país, suas idéias não são nada mais que a uma roupagem mais moderninha do ancestral conservadorismo luso-tropical. Alianças políticas são feitas visando a pura reprodução do poder e políticas macroeconômicas têm como fim único a busca incessante da credibilidade diante de organismos financeiros internacionais. No país campeão mundial de desigualdades estruturais, que chegam a ser obscenas, nada mais necessário que um questionamento freqüente de qualquer tipo de consenso que houver e mudanças na direção de políticas sociais e econômicas convergentes que tenham como objetivos uma massiva distribuição de renda e uma disseminação de oportunidades.
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