Economia
A relação entre a taxa de desemprego e os rendimentos dos trabalhadores
O post de hoje trata sobre a relação entre salários e o desemprego.
O gráfico abaixo mostra as séries da taxa de desemprego e o rendimento médio real, ou seja, já descontando o efeito da inflação de cada mês (ambas suavizadas a partir da média móvel em 12 meses), de acordo com os dados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE. Percebe-se uma forte correlação negativa entre as séries, ou seja, na medida em que o desemprego caiu nos últimos anos, o poder de compra dos trabalhadores aumentou, e vice-versa.
Taxa de desemprego e rendimento médio real dos trabalhadores
(Em % e R$ - Média móvel em 12 meses)
Como é possível explicar essa configuração do ponto de vista econômico? Uma taxa de desemprego elevada indica que há uma grande disponibilidade de mão de obra no mercado. Em outras palavras, há um excesso de oferta desse fator de produção. Nesse tipo de situação, os trabalhadores estão dispostos a aceitar as escassas ocupações, mesmo que isso se dê com uma remuneração mais baixa. Também é possível analisar essa questão pela ótica da lei da oferta e da demanda: excesso de oferta acarreta na redução do preço de equilíbrio - nesse caso, os salários.
Na medida em que a taxa de desemprego começa a cair, seja por um crescimento econômico que incorpore a mão de obra ociosa, ou mesmo pela redução da oferta de trabalhadores no mercado, as empresas acirram a competição por esse fator de produção. A alternativa para atrair trabalhadores cada vez mais disputados se dá via elevação dos salários.
O que podemos esperar para o comportamento de ambas as variáveis em 2015? A taxa de desemprego aumentou nos últimos dois meses (em fevereiro, atingiu 5,9%, valor mais alto desde junho de 2013), e a tendência é de alta para restante do presente ano, em função da recessão que atinge a economia brasileira e, possivelmente, de outros fatores, como a alteração nas regras do seguro-desemprego e do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), que tornam a requisição desses benefícios mais difícil. Dessa forma, os rendimentos reais deverão cair em termos reais. Entre outros impactos, as vendas do comércio deverão ser impactadas negativamente. Além disso, a diminuição dos salários faz com que as instituições financeiras se tornem mais seletivas para a concessão de crédito, provocando uma retração da demanda agregada.
Fonte: Taxa de desemprego - IBGE (Tabela 2176 do SIDRA)Rendimento Médio Real - IBGE (Tabela 2181 do SIDRA)
loading...
-
Desemprego Deve Cair Ainda Mais Em 2011.
JOÃO SABÓIA, professor titular do Instituto de Economia da UFRJ, escreveu este artigo especialmente para a FOLHA DE S. PAULO.
Há muitos anos o mercado de trabalho
no Brasil não mostrava indicadores tão favoráveis. O país passa por...
-
Salários Aumentam Com Queda De Rotatividade.
Postamos abaixo artigo do Professor Naercio Menezes Filho, Doutor em economia pela Universidade de Londres, Professor Titular - Cátedra IFB e coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper e professor associado da FEA-USP. O artigo do professor...
-
O Que Está Por Trás Dos Gastos Com O Seguro-desemprego?
O IBGE disponibiliza, mensalmente, informações que compõem a Pesquisa Mensal do Emprego (PME), com dados sobre o mercado de trabalho brasileiro. Segundo o Instituto, a População em Idade Ativa (PIA) é definida como aquela que apresenta 10 anos ou...
-
Vendas Do Comércio Brasileiro Em Franco Declínio
Mesmo diante da crise financeira internacional de 2008 e da desaceleração mais intensa da economia brasileira a partir de 2011, as vendas do comércio mostravam resiliência. A partir do segundo semestre de 2013, no entanto, nota-se uma clara trajetória...
-
Avaliação Da Taxa De Desemprego Atual
IBGE: Brasil não vive ainda momento de pleno emprego
Por Alessandra Saraiva | Agência Estado
Mesmo com o "manancial de evoluções favoráveis" no mercado de trabalho em 2011, ainda não é possível dizer que o Brasil está na posição de "pleno...
Economia