Considero admirável um economista prêmio Nobel como o Paul Krugman registrar em seu blog – aqui publicado no ESTADÃO – a sua HUMILDE opinião sobre quem deve ser o novo diretor-gerente do FMI. Confirma o ditado: quanto mais sábio, mais humilde!
Acho que um endosso da minha parte pode ser o beijo da morte – mas, de qualquer maneira, acho que Stan Fischer realmente seria a melhor escolha.
Revelação óbvia: Stan foi meu professor e colega durante muitos anos; assim, é claro, não estou sendo objetivo. Mas, neste caso, as relações pessoais não são a principal questão.
Meu argumento, pelo contrário, é que estamos vivendo um período que exige um pensamento independente, criativo. Um diretor-gerente do FMI que sirva como fachada para os habituais suspeitos, que defenda ideias convencionais em tempos não convencionais, não é isso que precisamos. E é isso que eu temo.
Christine Lagarde é, sob todos os aspectos, uma pessoa admirável, mas não é alguém com opiniões independentes vigorosas em matéria econômica, como é preciso ser. Se ela se tornar a nova diretora-gerente da instituição, espero que seja para o melhor, mas não creio.
Stan, pelo contrário, é um economista de primeira classe, alguém disposto a contestar as opiniões convencionais; uma pessoa que pode examinar o conselho cauteloso e convencional dos comitês, enxergar seus pontos fracos e optar por soluções reais.
Não concordo com tudo o que fez no seu último mandato no FMI – mas ele foi um dirigente extraordinário do Banco de Israel, tendo adotado políticas totalmente inortodoxas quando necessário, com um enorme sucesso.
De qualquer modo, esta é a minha humilde opinião.