A Ata do Copom peca por excesso de neutralidade
Economia

A Ata do Copom peca por excesso de neutralidade


Editorial do ESTADÃO comenta a ata da última reunião do Copom.

A ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) dos dias 19 e 20 de julho deixa uma impressão de mal-estar, pois, se, de um lado, aceita com tranquilidade que a meta central de inflação seja atingida somente em 2013, por outro, adota um tom neutro em relação ao crescimento da economia, levando a crer que este não será sacrificado na contenção da inflação.

A ata anterior havia previsto para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) uma variação de 6,22%, que passa a 6,31%, enquanto para 2012 ela passa de 5,10% para 5,20%, muito perto do que estava no último Relatório de Inflação. Isso mostra, claramente, um Copom ainda otimista: não parece levar em conta as consequências dos reajustes salariais do segundo semestre do ano nem os efeitos sobre os preços das medidas que acabam de ser tomadas na área do câmbio.

O fato que nos parece essencial é que os membros do Copom parecem aceitar que a luta contra a inflação tenha efeitos apenas em 2013, embora no texto da ata advirtam que uma inflação alta (hoje já anormal, com mais de 6%) pressiona em favor de um sistema de indexação.

A análise do Copom já seria suficiente para explicar a alta da taxa básica de juros naquela reunião. Porém, ao adotar uma posição de neutralidade diante da conjuntura nacional e internacional, a ata deixa a impressão de que as autoridades monetárias poderão, na próxima reunião, em agosto, dar uma pausa na ortodoxia, mantendo a Selic no nível atual e se reservando para realizar, no final do ano, um tímido reajuste dela, para não sacrificar o crescimento, como é o desejo da presidente Dilma Rousseff.

Mais uma vez, os membros do Copom se mostram totalmente serenos no que se refere à política fiscal, que garantiria atingir a meta de superávit primário de R$ 117,9 bilhões, e mais ainda em 2012. Assim, não veem o que criticar nas ações do governo federal, desprezando o atual volume de despesas, que resulta em grande aumento da liquidez do sistema financeiro, a ponto - como se está verificando - de tornar muito difícil uma política de controle do crédito. Esquecem, ainda, que o aumento das receitas (boa parte devido a novos impostos) é um fator inflacionário.

Mas é interessante que a ata faz críticas não veladas à atuação do governo anterior, que para enfrentar a crise internacional usou e abusou do recurso a uma política de subsídios que cabe eliminar, o que passa a ser uma tarefa muito delicada por causa dos projetos sociais do governo atual. E sem falar ainda dos compromissos assumidos com investimentos esportivos.



loading...

- A Taxa De Juros é Dez: 10% Ao Ano.
Como já esperado por 99% do mercado, o Copom - Comitê de Política Monetária elevou nesta data, na última reunião de 2013, a Taxa básica de juros - Selic para de 9,50% para 10,00% ao ano. Em comunicado o Copom afirma que ​"dando prosseguimento...

- Controlar A Inflação.
Editorial da FOLHA DE S. PAULO e análise do resultado da última reunião do Copom. Após os alertas recentes de seu presidente, o Banco Central deu um sinal claro nesta semana de que deverá voltar a elevar os juros para combater a inflação. Segundo comunicado...

- A Selic Está Em 12,25% Ao Ano!!!
Leio no UOL que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu nesta quarta-feira (8) elevar a taxa básica de juros (a Selic) em 0,25 ponto percentual, para 12,25% ao ano, o maior nível desde janeiro de 2009, quando era de 12,75%....

- Bacen E Os Juros,
TONY VOLPON, especialmente para a FOLHA DE S. PAULO. TONY VOLPON é chefe de pesquisas de mercados emergentes da corretora japonesa Nomura. Na ata da reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) temos a apoteose final da nova...

- Juros Caem 0,5 Ponto E Vão A 10,50% Na Primeira Reunião De 2012
Na primeira reunião o Comitê de Política Monetária (COPOM) de 2012 do Banco Central decidiu cortar a taxa básica de juros (a Selic) em 0,5 ponto percentual. Com isso, a taxa passa de 11% para 10,5% ao ano, o menor valor desde junho de 2010 (10,25%)....



Economia








.