2008 foi o ano dos secadores?
Economia

2008 foi o ano dos secadores?


No começo do ano eu escrevi esse post dizendo que o ano que está acabando de passar seria terrível para os secadores: http://econosheet.blogspot.com/2008/01/perdio-dos-secadores-em-2008.html. Claro que eu errei quase tão feio quanto erravam os planejadores soviéticos. Fazia tempo que os secadores não ficavam tão felizes, a crise está sendo pior do que se esperava, o Obama ganhou nos EUA, os comunistas voltaram a gritar aquelas velharias, os protecionistas ganharam força no mundo e o debate sobre papel do Estado se aqueceu, mesmo entre nós do Mainstream (ah, a China também faturou as olímpiadas, felizmente todo mundo já esqueceu disso).



Eu só não errei duas previsões naquele post: sobre o Iraque e sobre o aquecimento global. A situação no Iraque, que melhorou do meio de 2007 pra frente parece ter se estabilizado. Prova do sucesso dos americanos nesse último ano foi que o Obama usou pouco esse tema nos debates. Usar a retórica keynesiana de "estado para sair da crise" rendeu muito mais. Nem precisava, quem está no poder durante a crise paga o pato, os republicanos pagaram.



Sobre o aquecimento global, não é que o problema tenha sido resolvido(se é que há um problema) o fato é que simplesmente achamos uma preocupação mais importante e mais imediada. A crise econômica dominou a seção de "tragédias"dos meios de comunicação, faltou espaço pra mostrar geleiras derretendo.



E 2009? Acredito que o maior problema não é entrar no ano com a maior parte do mundo em recessão. Isso é normal e cíclico, assim como entramos na recessão, vamos sair, provavelmente liderados pelos EUA. Não é por causa de uma crise que vamos parar de produzir, de inovar, de economizar, de investir, etc. Em 2008 fomos mais ricos que em qualquer outro momento da história(ver o blog do Casey Mulligan), é provável que o recorde seja superado em 2009 e nos anos subseqüentes. O maior problema que podemos enfrentar em 2009 é o aumento do Estado e do protecionismo.



Os comunistas e os keynesianos acham que a crise deixou o neoliberalismo em xeque. O grande problema é que os políticos acreditaram nessa lorota. Se isso levar a um movimento do isolamento dos países, com economias se fechando em nome da "demanda efetiva", as conseqüências podem ser trágicas. No começo do século passado, ocorreu um movimento desse tipo e sabemos os resultados. O importante nos próximos anos é mostrar que aprendemos a lição deixada pelas duas guerras mundiais e pela guerra fria. É importante também lembrar dos valores liberais, das virtudes da liberdade individual e das tragédias resultantes do Estado tentando fazer o bem comum (recomendo fortemente Hayek e Bastiat para isso).



O post ficou mais pessimista do que eu queria, agora azar. Feliz natal para todos, divirtam-se, cantem canções natalinas e aproveitem os presentes.



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