Trabalho em um projeto de pesquisa que tem como foco o discurso dos lideres do movimento. Tenta-se buscar as contradições entre os que os lideres e as bases do movimento buscam.É precisamente na contradição, ainda pouco explorado pelos pesquisadores que se pode verificar a evolução do movimento. Ou seja, como o meio social, político, ético tem influenciado os discursos e ações do movimento.
Mas, neste post procuros relembrar que já fazem 10 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás (PA) e pouco foi feito para punir os culpados. Infelizmente, a justiça tarda nesse país. Num informativo do MST podem ser lidos alguns comentários de algumas pessoas que sobreviveram ao massacre.
"Eles chegaram dos dois lados e nós ficamos no meio. Não tínhamos condição de fazer nada. Um monte de policiais armados com fuzil e metralhadoras!", Avelino Germiniano, 51 anos, sobrevivente do Massacre de Eldorado dos Carajás.
"Quando os ônibus de Marabá chegaram com os policiais, já desceram e deram uma rajada para cima. Achamos que era só para nos intimidar. Começamos a gritar palavras de ordem. Tinha um companheiro surdo-mudo, ele não entendeu nada e foi em direção aos policiais, o finado Amâncio. Ele foi o primeiro que caiu", Miguel Pontes da Silva, 42 anos, sobrevivente do Massacre de Eldorado dos Carajás.
"Levei uma pancada no pescoço e senti o sangue escorrendo nas minhas costas. No momento não percebi se era por causa da pancada ou se foi bala. Quando cheguei no barraco, meus filhos estavam agoniados. Coloquei eles nos braços e ainda carreguei mais dois filhos alheios. Cada dia que eu relembro aquilo parece que estou vivendo tudo de novo", Dalgisa Dias de Sousa, 50 anos, sobrevivente do Massacre de Eldorado dos Carajás.
Fonte: MST informa