Economia
"Bombando" com causa? (II)
A melhora dos termos de troca - aumento de 8% no acumulado de quatro trimestres para os bens e serviços não fatores - gerou uma transferência de renda do exterior para a economia brasileira de cerca de 1% do PIB.
Este choque favorável, também mencionado antes aqui, ao eliminar a "vulnerabilidade externa", criou as condições para a retomada do crescimento econômico no Brasil? Prosseguir com as reformas liberais se tornou desnecessário, pelo menos no que diz respeito ao crescimento?
Para alguns economistas, a resposta é sim - veja, por exemplo, esta postagem anterior.
Armando Castelar Pinheiro expressou suas dúvidas a respeito, na edição do Valor Economico deste fim de semana:
- "No último triênio o aumento da utilização da capacidade instalada adicionou 0,6 ponto percentual ao ano ao crescimento do PIB. A utilização já está, porém, próxima do seu limite".
- "Metade do crescimento do PIB em 2004-06 resultou do aumento da produtividade total dos fatores. Uma boa parte desse aumento refletiu a recuperação cíclica: no triênio anterior a PTF ficara estagnada, depois de cair 0,8% ao ano em 1998-2000".
- "A baixa taxa de poupança limita o ritmo de expansão da capacidade de produção. Mantidas por cinco anos as taxas de crescimento do PIB (3,8%), da FBCF (7,7%) e do consumo privado (4,8%) e público (3,4%) observadas nos últimos quatro trimestres, a taxa de investimento iria a 20% do PIB. Mas a taxa de poupança cairia para 17% do PIB, exigindo uma poupança externa de 3% do PIB. Um cenário talvez viável em cinco anos, mas explosivo em dez".
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