Economia


Quando a oferta alemã encontra a demanda de reis franceses

Quem já teve amigo filósofo (ou já cresceu no lar "musicalizado"....se é que existe esta palavra), já ouviu Richard Wagner...e se apaixonou pela boa ópera alemã.

Há uma história interessante sobre a ópera e as preferências dos consumidores. Como sempre, os chatos dos franceses atrapalham tudo. Bem, na verdade não foi o povo francês, mas sim os seus reis.

A história é, em resumo, a seguinte: Wagner escreveu Tannhäuser - cuja abertura é E.S.P.E.T.A.C.U.L.A.R. - com um final definido, antes da passagem para o Primeiro Ato. Contudo, os reis franceses exigiram que se mudasse o final da overture para incluir um ballet.

Moral: A grande ópera ficou conhecida do grande público com duas versões. Eu, particularmente, prefiro a versão original, de final grandioso (o leitor dirá: nazistóide...e eu direi: não tenho culpa se os nazistas tinham bom gosto musical!), mas o fato é que os abastados consumidores encheram o saco e criaram esta variação.

A história, em resumo (num link móvel), aparece neste link.

A grande moral da história (se você ler o artigo) é que o capitalismo teria salvo Wagner se ele vivesse em outra época. Por que? Porque num regime capitalista, não é o rei ou a rainha quem decide o que o artista faz com sua obra, mas sim a interação do artista com o mercado.

É óbvio que há uma influência da opinião do grande público (embora eu duvide que João Gilberto admita isso) na formulação das músicas. Há músicas de baixa qualidade (na opinião de alguns) que são populares e que não são. Também vale o mesmo para músicas de alta qualidade: nem todas são populares.

Há até um certo preconceito anti-democrático em alguns que dizem que Carmina Burana não é mais a mesma porque se "popularizou" (como se um sábio possuísse o privilégio de ter a interpretação correta de uma peça musical).

Eu não sou bom de música, mas, disto tudo, eu só concluo que com ou sem reis chatos, Wagner era bom pacas. Pelo menos para mim. E, claro, tem gente que gosta das duas versões da overture da grande ópera.

Adendo: Wagner era um péssimo economista. Devia meia Europa (ou uma Europa e meia). Daí sua submissão aos caprichos de reizinhos chatos. E, claro, reizinho chato é um bicho desagradável, no século XIX ou no XXI.



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