Economia


A Economia Política do Provão

Pessoalmente não gosto muito do Provão. Isso não me impede de ver no mesmo um incentivo interessante. Conversando com o Ari hoje, ele levantou um ponto que, penso, é correto: o fim do provão facilita a pressão política do MEC sobre as universidades ou, se você quiser, facilita o uso da corrupção como critério para alocar monopólios (ou outros favores).

O ponto que Ari levantou é simples: o provão tinha, na verdade, uma composição tripla. Você tem 2/3 de avaliação recaindo sobre a instituição e 1/3 sobre o desempenho dos alunos.

Ao retirar o 1/3 final, o governo sinaliza que não se importa com o desempenho destes últimos em sua avaliação. Fica somente o vago critério de "avaliar a instituição". O que significa isto se você não sabe como se sai um aluno numa prova?

Isto equivale à Microsoft extingüir as famosas provas de certificação sem colocar nada em seu lugar. Qual a garantia que você teria de que o técnico de computação formado na universidade A ou B é bom em, digamos, VisualBasic, se ele não passa por um processo de certificação?

Bem, no caso do MEC eu vejo um problema mais grave. Desde a época do regime revolucionário (1964-85) até a era democrática (1986 em diante), que todo aluno universitário ouve denúncias de práticas de corrupção no movimento estudantil. Quantas histórias não existem sobre estudantes profissionais?

O fim do Provão atende a que interesses deste jogo de Economia Política?

Ex-ministro Paulo Renato prevê volta das influências políticas



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