Economia
Uma perda de 23% no PIB do país com subsídios de ricos
http://oglobo.globo.com/jornal/Economia/146520434.asp
Não é à toa que as negociações comerciais do Brasil com os países ricos estão emperradas. Em meio aos novos impasses nas conversas para fechar um acordo do Mercosul com a União Européia (UE) e, em paralelo, com os Estados Unidos visando à criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), uma pesquisa inédita joga luz sobre o tamanho do problema. Com o fim dos subsídios agrícolas nas nações mais desenvolvidas — EUA, UE e Japão — o Produto Interno Bruto brasileiro (PIB, total das riquezas produzidas no país) teria um avanço potencial de 23%.
Ou seja: a perda potencial devido aos subsídios concedidos na agricultura pelos mais desenvolvidos do mundo chega a 23% do PIB — cerca de US$ 100 bilhões por ano. As conclusões são de estudo feito pelo professor do Ibmec Educacional Arilton Teixeira e pelo economista Alex Pardellas.
Segundo eles, a eliminação dos subsídios aumentaria a produção agrícola do Brasil e, por tabela, levaria a um crescimento expressivo da demanda da indústria e do setor de serviços.
Para Teixeira — que teve como orientador de doutorado o Nobel de Economia Edward Prescott, premiado este mês pela Academia Sueca — a expansão da agricultura também ajudará a combater a pobreza no Brasil. Ele diz que o setor, livre dos subsídios dos mais desenvolvidos, é capaz de gerar mais empregos e renda, trazer investimentos externos e melhorar a infra-estrutura do país:
— É difícil para os países ricos, que pregam o livre comércio, tentar defender o gasto de tanto dinheiro em subsídios que prejudicam nações pobres. Estes países, inclusive o Brasil, poderiam estar bem melhores.
CNA: adiar acordo beneficia países protecionistas
Teixeira diz que, no Brasil, a agricultura não é mais explorada porque os países ricos inundam o mercado internacional com produtos subsidiados:
— Por que eles (países ricos) estão brigando tanto? É claro que os mais desenvolvidos vão sofrer com o avanço do Brasil. Com o fim dos subsídios, o impacto no PIB europeu por exemplo seria de cerca de 5%.
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